(muito obrigada aos meus papás, ao meu a-mor, à O., à E. e à A., aos meninos presentes e respectivos papás, e a todos os que tornaram estes momentos possíveis e inesquecíveis)
Há um mês o meu primogénito completava cinco anos de vida e comemorava o acontecimento numa festa que superou as suas expectativas, na companhia de onze amiguinhos (mano, primos, colegas de escola e de parque) que se divertiram imenso: brincaram, correram, saltaram, gritaram, atiraram e chutaram bolas, testaram a lotação máxima de uma tenda até conseguirem destruí-la, desenharam, pintaram, deram cabo de duas caixas de lápis de cor e cera, ouviram música em altos berros (sendo o A2 o DJ não é para admirar), cantaram, dançaram, riram, empanturraram-se de doces e aproveitaram da melhor forma possível uma tarde que para imensa gente foi absolutamente deprimente (chuvosa, desanimada e sem piada).
Eu, para variar, passei uma noite em claro na vã tentativa de conseguir ter tudo pronto a tempo. O bolo levou uma eternidade a finalizar, ou não fosse a minha irritante aspiração de atingir a perfeição dar o ar de sua graça numa ocasião tão importante como esta. As gelatinas feitas a correr na manhã do próprio dia, os comes e bebes levados para o local já com a criançada a chegar, as decorações dispostas com a festa a decorrer (e com a ajuda preciosa de uma amiga que me deu uma mãozinha do tamanho do mundo), os saquinhos com as ofertas acabados à ultima e a toda a velocidade com os papás já a tocar à porta para levar a miudagem... E eu sem comer até às oito da noite (ou, vá lá, com meia dúzia de pipocas no bucho), hora a que, finalmente, me vi de novo no sossego do meu lar, com os meus artistas estafados mas muito felizes e uma mesa cheia de comidinha apetitosa que fez as minhas delícias durante uns tempos.
Escusado será dizer que a vontade de me dedicar a arrumações foi nula, certo? As mesas, tão pronta e gentilmente cedidas, estão por devolver. O espaço (que não é a minha casa, mas fica a escassos pisos de distância) apesar de desocupado não merecia o abandono a que tem estado sujeito depois do rebuliço em que se viu. Os enfeites ainda adornam as paredes, os objectos estrategicamente removidos antes do evento ainda esperam o regresso ao local de origem (vamos lá ver se ainda me lembro onde estava o quê), alguns dos meus pertences ainda por lá andam perdidos e tenho impressão que ainda vou conseguir encontrar alguma coisa que se coma num qualquer canto escondido ou (e isso é que era bom) um presente esquecido debaixo do sofá.
Falando em presentes, não foram muitos mas foram os realmente desejados, e ainda bem. Durante meses repetiu que queira «uma bicicleta, gormitis e um livro». Pois foi então feita a sua vontade e os avós maternos ofereceram a primeira (e, atendendo as minhas preces, patrocinaram a festança); os avós paternos aproveitaram o meu conhecimento de causa para os ajudar na escolha e acresceram um «quatro braços preferido» do Ben10 ao «Toby dos grandes» que o rapaz tanto queria (e que adorou, embora já o tenha esquecido, perdido no meio da barafunda de brinquedos que por cá reina) e a um sempre simpático cheque (que a ele nada lhe diz, mas que nós cá agradecemos); houve quem (em boa hora, que o miúdo não pára de crescer) optasse por roupa e calçado; e a nós, papás, calhou-nos na rifa... um livro!
Um livro?
Fiquei tão encantada com a modéstia do pedido que só tive vontade de lhe dar este mundo e o outro (daí a festa). E como conheço bem o meu filho, lhe vejo as fantasias, lhe oiço os desejos, lhe adivinho os gostos e lhe sinto os sonhos, não precisei sequer de pensar para lhe encontrar o presente perfeito. Numa simples caixa de cartão, uma bola do Ben 10. Só isso? Não. Mas sem isso o efeito surpresa não seria o mesmo.
A bola assente num emaranhado colorido de serpentinas que escondiam um monte de pacotinhos de gormitis, um jogo e, lá bem no fundo, o livro que nos tem precedido os sonos de então para cá - A Minha Primeira Enciclopédia dos Dinossauros, da Centralivros - mais um que faz parte do Plano Nacional de Leitura e que, assim que vi, há nem sei já quantos meses, me gritou o nome do meu A1 tão alto que não hesitei.
A cereja no topo do bolo foi um discreto mas precioso envelope com quatro bilhetes para o espectáculo a que assistimos no fim de semana seguinte: Walking With Dinosaurs - The Live Experience. E sobre isso falarei noutro post, que este já vai longo e a minha vida não é só isto.
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