Depois da paranoia geral que se istalou em torno da gripe A, do bombardeamento alarmista feito por tudo quanto foi meio de comunicação que se prezasse e da estopada que foi a «acção de formação» no infantário (que conseguiu fazer a reunião com os encarregados de educação de início do ano lectivo durar mais uma horinha ou coisa parecida) lá se começou a cumprir o apertado (ou nem tanto) plano de contingência.
E o que é certo é que os procedimentos em caso de suspeita de contágio (exageros e falhas incluídos) têm sido escrupulosamente seguidos na instituição.
Eu não tenho nada contra a prevenção, mas que acho um bocadinho «hiperprudente» levar crianças com 38ºC sem outros sintomas para o isolamento, isso acho. E até contraproducente, pois tenho cá para mim que se um dia destes aparece mesmo por lá o tal vírus «papão» H1N1 já ninguém liga porque é só mais uma constipaçãozeca.
Eu, que não sou nada amiga de andar com aflições do género «Ai, meu Deus, que o meu menino está doente, e se é alguma coisa grave o que é que eu faço à minha vida?», que não me assusto com tosses ou espirros (funções normais do organismo, até bastante desejáveis em algumas situações), que percebo que o corpo precisa de elevar a temperatura para combater as infecções e não acho nada sensato ir a correr atacar com ben-u-ron* uma «febre» que nem aos 38,5ºC chega, que vejo a dor como uma aliada que me dá informações preciosas sobre a minha saúde, que vou tendo o sangue frio para acalmar filhos, pai e avós quando algum está menos bem, que tenho aversão a salas de espera de urgências de hospitais (verdadeiros antros onde estamos sujeitos a infecções de toda a espécie e feitio e onde parece que há quem goste de levar as crianças sem que isso tenha sido recomendado) e que não sou nada dada a telefonemas a pediatras enquanto não vejo sintomas que realmente o justifiquem, lá tive que ligar...
Custou-me premir a tecla 2, confesso. (a opção para quem suspeita que possa ter gripe A)
É que... se a febre foi travada aos 38,5ºC e não havia outros sintomas, como é que eu podia achar realmente que o rapaz estava com gripe?
Andou três dias ranhoso, o A.nº2.
Ao segundo começou a ter tosse (bem produtiva, convém referir) que se acentuou durante a noite (ou não fosse aquele nariz entupidíssimo não o deixar respirar senão pela boca) e na tarde seguinte teve o azar de «deixar» subir a temperatura para os 38 e quase meio...
Resultado: isolamento, máscara até chegar a casa da avó (nada de parque, ao contrário do que costuma ser prática diária), dois dias em casa contrariadíssimo «porque mesmo que ele não tenha nada são assim as regras», muito mimo da mamã, descanso e brincadeira com fartura e, claro, nada de gripe.
Amanhã já volta.
Prós e contras do episódio (engraçado que quase encontro mais dos primeiros do que dos segundos...):
+ 1. Durante 48 horas foi rei e senhor; 2. No primeiro dia teve a mamã exclusivamente por sua conta; 3. Brincou ao que quis, quando quis e quanto quis; 4. Correu com o pai da cama e ocupou-lhe o lugar (o pai foi para a cama do mano, o mano foi para a cama dele e só a mãe é que ficou no sítio respectivo); 5. Tomou xarope (ainda que não tanto quanto gostaria), a maior delícia que a humanidade inventou.
- 1. Mesmo sem dores e com pouca febre, estar doente não é agradável; 2. Perdeu o tão ansiado primeiro dia de ginástica do ano; 3. Durante dois dias não brincou com os amigos; 4. Depois de duas semanas a chorar porque não queria ir para a escola passou o tempo a chorar porque queria ir (nem sei bem se isto é mau ou bom...); 5. Isto:
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