quinta-feira, 9 de abril de 2009

Não queremos que os gatinhos fiquem tristes...!

(Dez/2006)


Recostada na cama do artista nº2 e preparada para lhes contar a história da noite, vejo aproximar-se de mim o artista nº1, que se deixa cair pesadamente a meu lado. Encostado ao meu peito, imóvel, profere um "Morri!" equivalente a um violento murro no meu estômago.

Eu: Oh, filho, nem brinques com isso, que eu NUNCA quero que tu morras!!
Ele: Nem o mano?
Eu: Nem o mano.
Ele: Nem o pai?
Eu: Nem o pai.
Ele: Nem tu?
Eu: Quem?
Ele: Tu! Também não queremos que tu morras!
Eu: Pois. Nem eu.
Ele: Nem a avó?
Eu: Nem a avó.
Ele: Nem a avó L.?
Eu: Nem a avó L..
Ele: Nem o avô F.?
Eu: Nem o avô F..
Ele: Nem os gatinhos?
Eu: Nem os gatinhos.
Ele: Pois, não pode ser, senão os gatinhos ficam tristes, coitadinhos! E depois choram...
Eu: ...
Ele: E nós não queremos isso, pois não, mãe?
Eu: Pois não, filho!

Nem isso, nem o aperto no coração com que aquele «morri» me fez ficar...

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